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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Penhasco


Era tarde, a chuva batia nas janelas do meu quarto, apenas uma pequena luz entrava pela fresta da cortina. Um vento forte chicoteou meu rosto molhando-o com algumas gotas da chuva. Corri para fechar a janela aberta, mas antes, me permiti sentir aquele clima gostoso, aquele cheiro de chuva que acalmava tudo. Me lembrei de quantas vezes havia ficado ali com ele, sem me preocupar com a roupa molhada ou qualquer outra coisa, apenas sentindo o momento, as vezes fazendo planos e as vezes em silencio, mais cada vez que fazíamos isso era incrível.

Sentei na cama encarando as gotas em minha pele, olhei em volta e tudo parecia tão... Normal. A toalha molhada nos pés da cama, sua roupa jogada no chão excerto pela sua camisa, que havia virado meu pijama, Um porta retrato com a nossa foto iluminada apenas por um abajur ruim que havíamos comprados sabe-se lá onde.

Senti cheiro de chocolate quente e desci as escadas até a sala, a lareira estava acesa, na mesa ao lado havia alguns pacotes de chocolate que se acumularam com o tempo, o velho piano, agora permanecia solitário coberto por uma espessa camada de poeira, aquele piano era a coisa mais triste daquele lugar, durantes meses, todas as noites, ele sentava-se lá e tocava uma musica suave enquanto eu preparava nosso chocolate quente, então ele terminava a musica e nos íamos para a varanda e ficávamos olhando a lua. Sentei na frente do piano e passei a mão sobre algumas teclas a saudade esmagava meu peito...

As lagrimas presentes todas as noites rolaram pelo meu rosto, já havia 5 anos que elas eram minhas únicas companheiras...

Eu o havia conhecido quando ele tinha apenas 16 anos e eu 15, quando nos esbaramos pelas ruas da pequena cidade, Nunca fui de acreditar em alma gemea, por que não tem logica entre 7 bilhões de pessoa existir UMA destinada a você. Mas ele segurou minha mão naquele dia e nunca mais soltou... Até 5 anos atrás nessa mesma sala, quando ele se despediu para ir trabalhar e nunca mais voltou...

Senti uma mão no meu ombro, e aquele cheiro inconfundível...
-Eu sabia que você viria...
-Prometi que viria, e vim todos os dias...
Segurei suas mãos e ele me abraço pelo maior minuto da minha vida
-Aproposito feliz aniversario  Disse ele com um cup cake com os números 29 em cima, Sorri e agradeci, mais aquilo parecia tão... sei lá, inapropriado para a ocasião. Ele me levou até um lugar perto do chalé era um penhasco banhado pelo mar agitado, a chuva caia ainda mais forte, mais nada interessava, ele estava ali... -Vamos?- Ele disse olhando o penhasco
-Para onde exatamente?
-Não sei, vamos descobrir juntos- dei mais dois em direção ao penhasco sem soltar sua mão, Olhei fundo nos teus olhos e ele me beijou e então só me senti caindo e caindo... a chuva me atingia com velocidade e o vento chicoteava o meu rosto, Um trovão soou alto ao meu lado e já não sentia absolutamente nada!

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