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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Menino do machado


Apesar do silencio, afinal estávamos em prova, o garoto chato ao meu lado, mascava chiclete acima do barulho do ventilador ligado, eu já havia terminado a prova e rabiscava algo no caderno enquanto fitava o ventilador. Eu queria muito sair dali, aquelas pessoas ou eram burras de mais ou se faziam muito bem já estavam a mais de uma hora com a prova e não havia sinal de que iriam terminar logo.

Enquanto eu pensava onde realmente queria estar, um barulho alto interrompeu meus pensamentos, Todos olharam para a porta e em um segundo estávamos encharcados, o sensor de fumaça jogava água para todos os lados. O menino nojento havia sido o primeiro a voar pela porta seguido pelos gritos histéricos de duas garotas sem personalidade. O professor estava na porta com os cabelos loiros molhados enquanto sinalizava para que saíssemos da sala.

A escola era no andar de cima de algumas lojas então rapidamente quase todos estavam na rua procurando algum indicio de fogo, diferente do resto não tive vontade de correr percebi assim que sai da sala que não havia calor e invés de correr para longe dali eu queria muito ir para o lado contrario para os banheiros ver quem era o idiota que estava fumando em um deles, e como eu sempre segui os meus instintos fui até lá.

Corri para o lado contrario e nenhum sinal de fogo, como eu esperava, a medida que eu chegava perto da banheiro escultava barulhos de portas batendo, der repente vi u garoto que saia do banheiro dos meninos, por um impulso me joguei para traz do bebedor, ele era tão branco que não parecia vivo, no minimo não tomava sol dede que nascera, ele usava uma daquelas roupas de hospital que te deixa super constrangida, mais ele não parecia se importar, e arrastava um machado; Oque ele fazia ali e como tinha entrado, Eu não fazia a minima!

Ele caminhou devagar sem olhar para mim, de repente parou e olho diretamente nos meus olhos com uma velocidade imensa, era como se eu estivesse hipnotizada por ele, não conseguia olhar para outro lugar e sentia que o conhecia de algum lugar,levantei-me sem desviar o olhar e comecei a caminhar em sua direção, quando cheguei bem perto senti ele sussurrar algo que não consegui identificar, então ele levanto alto o machado e eu sabia que ele ia me acertar eu  ainda relutante fechei os olhos...

O sinal da escola batei alto fazendo todos levantarem e interrompendo meu pensamentos.

O Penhasco


Era tarde, a chuva batia nas janelas do meu quarto, apenas uma pequena luz entrava pela fresta da cortina. Um vento forte chicoteou meu rosto molhando-o com algumas gotas da chuva. Corri para fechar a janela aberta, mas antes, me permiti sentir aquele clima gostoso, aquele cheiro de chuva que acalmava tudo. Me lembrei de quantas vezes havia ficado ali com ele, sem me preocupar com a roupa molhada ou qualquer outra coisa, apenas sentindo o momento, as vezes fazendo planos e as vezes em silencio, mais cada vez que fazíamos isso era incrível.

Sentei na cama encarando as gotas em minha pele, olhei em volta e tudo parecia tão... Normal. A toalha molhada nos pés da cama, sua roupa jogada no chão excerto pela sua camisa, que havia virado meu pijama, Um porta retrato com a nossa foto iluminada apenas por um abajur ruim que havíamos comprados sabe-se lá onde.

Senti cheiro de chocolate quente e desci as escadas até a sala, a lareira estava acesa, na mesa ao lado havia alguns pacotes de chocolate que se acumularam com o tempo, o velho piano, agora permanecia solitário coberto por uma espessa camada de poeira, aquele piano era a coisa mais triste daquele lugar, durantes meses, todas as noites, ele sentava-se lá e tocava uma musica suave enquanto eu preparava nosso chocolate quente, então ele terminava a musica e nos íamos para a varanda e ficávamos olhando a lua. Sentei na frente do piano e passei a mão sobre algumas teclas a saudade esmagava meu peito...

As lagrimas presentes todas as noites rolaram pelo meu rosto, já havia 5 anos que elas eram minhas únicas companheiras...

Eu o havia conhecido quando ele tinha apenas 16 anos e eu 15, quando nos esbaramos pelas ruas da pequena cidade, Nunca fui de acreditar em alma gemea, por que não tem logica entre 7 bilhões de pessoa existir UMA destinada a você. Mas ele segurou minha mão naquele dia e nunca mais soltou... Até 5 anos atrás nessa mesma sala, quando ele se despediu para ir trabalhar e nunca mais voltou...

Senti uma mão no meu ombro, e aquele cheiro inconfundível...
-Eu sabia que você viria...
-Prometi que viria, e vim todos os dias...
Segurei suas mãos e ele me abraço pelo maior minuto da minha vida
-Aproposito feliz aniversario  Disse ele com um cup cake com os números 29 em cima, Sorri e agradeci, mais aquilo parecia tão... sei lá, inapropriado para a ocasião. Ele me levou até um lugar perto do chalé era um penhasco banhado pelo mar agitado, a chuva caia ainda mais forte, mais nada interessava, ele estava ali... -Vamos?- Ele disse olhando o penhasco
-Para onde exatamente?
-Não sei, vamos descobrir juntos- dei mais dois em direção ao penhasco sem soltar sua mão, Olhei fundo nos teus olhos e ele me beijou e então só me senti caindo e caindo... a chuva me atingia com velocidade e o vento chicoteava o meu rosto, Um trovão soou alto ao meu lado e já não sentia absolutamente nada!